quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Profissional das Ciências "Ocultas" , agora Quânticas

No livro "O ABC do Ocultismo", Papus – pseudônimo do médico francês Gerard Anaclet Vincent Encausse (1865-1916) – faz uma analogia entre a ciência antiga e a ciência vigente. A ciência vigente da época pós-renascentista, por se apegar a detalhes, ele chamou de "analítica e experimental". A antiga, em vista do seu caráter holístico, ele chamou de "sintética e filosófica":

Ciências Antigas (sintéticas e filosóficas):
Alquimia, Magia, Astrologia, Hermetismo, Cabala

Ciências Vigentes (analíticas e experimentais):
Química, Física e História Natural, Astronomia, Medicina, Matemática

Durante o período do Iluminismo (séc. XVII, aproximadamente), houve uma cisão no conhecimento científico, originando as ciências vigentes que, apesar de sua origem incontestável a partir das antigas, rejeitaram-nas e estigmatizaram-nas. Entretanto, as mesmas permaneceram sob o nome de "Ciências Ocultas". Hoje é evidente a crise nas ciências vigentes ou atuais justamente por causa da falta de coesão entre suas incontáveis subdivisões, permitindo o dualismo cético, além de não permitir o entendimento do ser humano como um ser integral e integrado tanto ao planeta Terra quanto à Consciência Una. Como sabemos, a História é tão cíclica quanto o movimento planetário, e hoje percebemos uma cada vez mais crescente valorização das ciências antigas promovendo a ampla divulgação de oráculos, terapias alternativas, técnicas de auto-conhecimento, medicina chinesa etc. A partir da valorização da Consciência e dos Arquétipos por parte dos estudos e pesquisas do físico Amit Goswami, a Teoria Quântica dá embasamento às ciências ocultas, já que elas obedecem as leis herméticas e à sincronicidade.

O "cientista antigo ou oculto" dominava ampla e profundamente os conhecimentos de Alquimia, Magia, Astrologia, Hermetismo e Cabala para poder ser reconhecido e conseguir investigar e resolver os problemas da Humanidade na época, sejam eles físicos, psíquicos ou espirituais. E, hoje em dia, além de atualizados, todos estes conhecimentos também deveriam constar no currículo básico dos profissionais conhecidos como astrólogos, tarólogos, terapeutas holísticos e outras derivações. Só que não é o que acontece. A proscrição e a falta da correta formação nestas profissões permitem uma diversidade de adivinhos e operadores de oráculo que, na maioria das vezes, não tem noção de Astrologia e Cabala, por exemplo, mas profetizam vários detalhes de qualquer que seja o assunto em questão. São pessoas que já nascem com o dom natural da mediunidade, ou da clarividência, cuja função tem pouco ou nada a ver com os profissionais do esoterismo, que necessitam do conhecimento das ciências antigas. Claro que todo o astrólogo, tarólogo ou cabalista vai usar a intuição. Mas a intuição é inerente a todo o ser humano e qualquer profissional de qualquer uma das ciências acima a utiliza nos seus processos. Além disto, a atualização na formação dos cientistas ocultos ou esotéricos na área do ativismo quântico faz-se mais do que necessário, pois o colapso com a Consciência Una é objeto para um observador que une a realidade (partícula) com a possibilidade (onda). Este observador que queira ser um cientista esotérico-quântico deve integrar aquilo que é mensurável com a incerteza de forma harmônica e complementar. Por isto a importância não só dos estudos e das pesquisas, mas também do desenvolvimento intuitivo para entendermos e intuirmos a perfeição dos arquétipos.

Na Astrologia, Netuno representa o arquétipo do transcendental, do inconsciente coletivo, da dimensão das incertezas quânticas. Portanto, a localização de Netuno no momento do nosso nascimento representa nosso potencial mediúnico ou paranormal. A "sombra" de Netuno, o lado negativo – que alimentamos quando em fase de escapismo, pânico, falta de discernimento que bloqueia nossa agenda dharmica – acarreta ilusões e enganos. Daí, que as chances de um paranormal, que utiliza exclusivamente seu poder e conexão facilitada com o "outro lado", sem preparo ou estudo das Ciências Esotéricas, correr o risco de falhar e, até mesmo, prejudicar seu cliente numa consulta, são grandes.

O objetivo principal do profissional das ciências esotéricas – esotéricas sim, já temos discernimento o suficiente para compreender e buscar muitos e novos conhecimentos, antes limitados a grupos "iniciados", tornando-as "ocultas" – é desenvolver o livre arbítrio do consulente através do auto-conhecimento, conduzindo-o a seus arquétipos pessoais e à sua agenda dharmica como bons observadores quânticos. Que graça teria a vida se tudo fosse adivinhado ou “líquido e certo”? Como seria nosso processo evolutivo se já soubéssemos o que virá depois de amanhã? A orientação astrológica e a análise tarológica promovem a essência divina do ser humano, sua auto-confiança nas próprias decisões tomadas com base no seu Self Quântico. Os erros e acertos são meras lições no meio do Caminho da Vida e é com eles que vamos alcançar a independência, a inovação, o holismo e a inteligência próprias do Novo Aeon, ou Era de Aquário.

O investimento nos estudos do profissional das ciências esotéricas é grande e vitalício. Nenhum cientista vigente pára de estudar ou de pesquisar, já perceberam? Nem o astrólogo, o tarólogo e o cabalista. Apesar de que "errar é humano", como se diz por aí e até podemos elencar os enganos da ciência vigente, atual ou oficial, não é possível haver erro nas previsões astrológicas. Afinal, estas previsões são, na verdade, prevenções: são as ondas de possibilidade que o observador com seu livre-arbítrio e percepção é hábil o suficiente para colapsar em realidade ou prevenir com lucidez.

Humildade também é fundamental nesta profissão. Em muitos casos, principalmente na Astrologia, o ego do profissional tende a inflar, pois os clientes que começam a entrar em sintonia com suas possibilidades e sua essência devido às orientações astrológicas começam a ter uma vida mais consciente e, consequentemente, próspera em todos os sentidos. E ele admira o astrólogo que, baseando-se na sincronicidade entre seus arquétipos pessoais e o movimento planetário, consegue delimitar fases de mudança, de atrasos, de desafios, de facilidades que, do ponto de vista do leigo, parecem adivinhações ou milagres. É apenas a dedicação a uma ciência que, apesar de proscrita nos dias atuais, permanece viva como uma ferramenta de conexão e auto-reconhecimento da divindade dentro de cada um de nós.

(texto publicado originalmente em abril de 2010 no blog Novo Aeon, revisado e ampliado)