“Nas curas se há de sempre ter em mente o
semelhante pelo semelhante (similia similibus curantur), pois nunca se
deve receitar uma planta de Vênus para uma doença de
Saturno.”
'As
Plantas Mágicas – Botânica Oculta' Paracelso
-
Bryonia alba
O vegetal:
Planta trepadeira de origem européia que cresce em bosques.
Utiliza-se a raiz, que é venenosa, para obter-se a tintura mãe.
Gregos e romanos a usavam para o tratamento
contra epilepsia, vertigem, gota, histeria.
Sincronicidades:
Paracelso, além de atribuir Bryonia a
Mercúrio, a indicava para problemas na garganta, peito e ventre. Também afirmava
que a planta afastava raios colocando ramos da mesma nos 4 pontos cardeais do
cômodo.
Assim é o indivíduo que necessita do
medicamento Bryonia alba para se equilibrar: ele busca proteção a qualquer
custo, evita movimentos e mudanças, pois não confia no futuro, não confia na
providência. O receio de que algum raio caia sobre si reflete o medo de ser
objeto de castigo dos deuses. Na mitologia grego-romana, Júpiter ou Zeus – o
deus dos deuses no Olimpo - lançava raios quando estava zangado ou queria
vingar-se de alguém.
Esta planta trepadeira precisa de outra planta
ou sistema biológico para parasitar, assim como o indivíduo também manifesta a
dependência por outra pessoa, por um emprego ou pelo acúmulo de bens materiais,
já que ele não confia na providência ou em um poder mais sutil. O medo do futuro
é consequência da insegurança do presente, ele teme perder o que acumulou.
Precisa viver numa estrutura inerte com a pseudo-sensação de estabilidade. Esta
necessidade de refugiar-se em um “porto seguro” os leva a manter-se em situações
estagnadas com constantes promessas e preparações para o
futuro.
Astrologicamente, pode-se deduzir que pessoas
que necessitam terapeuticamente de Bryonia alba são aquelas que possuem
conflitos no eixo Câncer-Capricórnio ou entre a casa 4 e a casa 10. Câncer e sua
correlação com a 4ª casa astrológica representam o passado, a família, a criação
e o referencial de “lar” para o ser humano. Já Capricórnio e a 10ª casa
representam o futuro, os planos e o reconhecimento pela busca individual do
sucesso. Os signos e as casas fazem parte de arquétipos e situações
complementares – passado e futuro; lar e busca pelo
sucesso.
A presença de astros como o Sol e Júpiter em
Câncer ou na 4ª casa podem causar esta espécie de escapismo nostálgico, pois o
passado foi mais confortável e agradável. Capricórnio, Saturno ou, até mesmo,
Marte na 10ª casa trazem referências de que conquistar um “lugar ao Sol” no
“mundo lá fora” demanda sacrifícios, luta (Marte), paciência e perseverança.
Melhor ficar no seguro e não investir em novas conquistas e em sonhos para o
futuro.
Aqueles que conseguem se movimentar o suficiente para cercar-se de segurança no
nível material, acumulando bens e recursos para prevenirem eventuais desastres
(raios) e fracassos, voltam-se ao materialismo e ao capitalismo – não confiam
nem acreditam na providência, mas na justiça jupiteriana cruel e fatalista. Esta
obsessão por acúmulo por meio do trabalho ou dos negócios é atributo de Saturno
em Touro – o medo da perda faz com que o indivíduo invista em todo o tipo de
símbolo de status e segurança a fim de prevenir-se para o futuro e acaba se
tornando avarento, apegado aos bens e pechinchador, pois sua escala de valores
está corrompida pela sua insegurança.
As manifestações no campo físico do
desequilíbrio de Bryonia alba se concentram na região do chakra laríngeo –
garganta – e nas regiões regidas pelo planeta Mercúrio (Paracelso): sistema
respiratório (tosse) e nervoso (dores agudas
insuportáveis).
O arcano menor do Tarot de Crowley é o que melhor simboliza a personalidade
desequilibrada de Bryonia: ele é regido por Saturno em Touro e significa o apego
excessivo ao mundo sensorial e material a ponto de agarrar-se e imobilizar-se
com o peso do chumbo em alguma estrutura fixa e física. É a total negação da
existência e do primado da Consciência no Universo, a falta de confiança na
providência e em Deus.
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