Belladona, Atropa
Planta do gênero Atropa nativa da Europa, norte da África e Ásia
ocidental. Encontrada em solos úmidos, calcáreos, profundos e ricos em
nitrogênio, pois sua raiz chega a um metro de comprimento. É da família das
solanáceas, arbustos cujos frutos têm a aparência de cerejas escuras que
concentram os alcalóides atropina, hiosciamina e escopolamina. Toda a planta
(semente, raiz, caule, folhas, flores e frutos) é extremamente venenosa.
Entretanto, em dosagem e concentração específicas auxilia o oftalmologista no
exame paralisando e dilatando a íris do olho.
Sincronicidades:
Atropos é uma das três Moiras, deusas da
mitologia grega responsáveis pelo destino humano, tecendo, medindo e cortando o
fio da vida. Clotó representa a lua crescente e é a fiandeira que tece o começo da vida e de sua onda de
possibilidades; Laquésis, a medidora, é a lua cheia que colapsa as
possibilidades em fatos e oportunidades. Já Atropos, a minguante, desfere o
término ao cortar o fio da
vida.
Em 1700, foi Linnaeus quem denominou esta
planta Atropa belladona, pois as mulheres a utilizavam desde a Idade
Média nos olhos para dilatar as pupilas na intenção de se tornarem mais belas
(bella donna = mulher bela). Também na Idade Média, a beladona fazia parte do
“unguento das bruxas” que era aplicado sobre a pele, causando estados alterados
da consciência como alucinações sobre estar voando por lugares surreais e outras
experiências fantásticas. Muitos dos que prepararam o tal unguento acabaram nas
fogueiras da Inquisição.
Paracelso atribuiu à beladona a similitude com
o signo de Escorpião e indica uma fórmula contendo suas folhas secas e
trituradas misturadas ao açafrão e à cânfora como poderoso perfume para
afugentar as “larvas do astral”.
A analogia entre a beladona e Escorpião por
Paracelso define uma das características deste medicamento elaborado a partir da
diluição homeopática do seu princípio ativo cujo efeito é o auto-controle em
surtos de raiva, violência e destruição. As “larvas do astral”, de acordo com
Paracelso, são elementos que afetam a psique ou a alma do indivíduo por meio de
ataques a seu corpo energético ou astral, provocando a mesma perda de controle
por meio de obsessões e alucinações durante estados delirantes. A energia
estável do signo de Escorpião requer compreensão das mais profundas emoções
humanas e a percepção de seu poder de transformação. A sexualidade está inserida
no arquétipo escorpiônico e conduz à percepção do nosso maior poder energético
que é a Kundalini. Sabendo desenvolvê-la, podemos nos tornar conscientes do
nosso propósito de vida e atingi-lo com saúde mental e física. Utilizando este
poder de forma abusiva ou desequilibrada, nos tornamos vítimas de um destino
controlado pelas Moiras e não participamos mais com nosso livre arbítrio. O
extremo das profundas emoções não elaboradas expressam a sombra de Escorpião:
raiva, descontrole e destrutividade.
Também faz parte do arquétipo escorpiônico o
desejo de entender o oculto, o desconhecido, os portais da Morte. Mas, para
isto, o mago em busca deste conhecimento deve recorrer sempre à luz e à
consciência, sem perder-se no meandro da manipulação, dos vícios e enganos que o
levam a queimar no fogo eterno infernal onde ameaçadores cães ou lobos negros o
espreitam – alucinação cuja angústia pelo medo da punição o encaminha a seitas e
religiões extremistas como mecanismo de defesa contra sua força kundalínica mal
processada.
O medo da morte ou da putrefação após a morte
também são características do desequilíbrio de Escorpião que resiste às perdas e
mudanças naturais do ciclo vital assim como o incessante ciclo lunar (Moiras).
Portanto, na prática, o medicamento
homeopático atua no sistema nervoso reduzindo a excitação extrema, alucinações e
delírios violentos com possibilidade de acessos de fúria. O poder do mago que
busca o saber oculto acaba se perdendo e a disciplina aliada ao auto-controle,
dissipadas. Outro fator que leva o mago a perder o controle, pois nem tudo pode
ser manipulado e conduzido conforme sua vontade, é a doença física que também
representa uma situação que o subjuga e limita. Acaba se tornando um “anjo na
saúde” e um “demônio na doença”.
Reações como bater com a cabeça, arrancar os
cabelos ou, até mesmo, apresentar piora nos sintomas mentais por causa de um
simples corte de cabelos envolvem os dois astros regentes de Escorpião: Plutão e
Marte. Quando ambos estão em aspecto conflituoso, tenso e desafiador no mapa
astrológico de nascimento, a tendência é o indivíduo incauto desenvolver reações
impulsivas, repentinas, instintivas, violentas e muito destrutivas e que perdem
o controle ao menor sinal de contrariedades ou algum revés. Podem chegar a
agredir os outros fisicamente, pricipalmente, se o aspecto entre Plutão e Marte
envolver o Ascendente. Marte também é regente do signo de Áries, análogo à
cabeça no corpo físico (sistema nervoso, cabelo, cérebro etc). Irritabilidade,
hipersensibilidade à dor e cefaléia também correlacionam Marte à
beladona.
As amigdalites e outras inflamações na
garganta são consequências do desequilíbrio do chakra laríngeo. A confusão
mental originada por um sistema nervoso em mau funcionamento acarreta problemas
na expressão verbal e na organização mental, principalmente, na expressão de
sentimentos e necessidades que é um assunto intenso e profundo para o signo de
Escorpião. Os problemas na garganta fazem parte apenas da manifestação física de
uma desarmonia ainda maior em níveis mais sutis.
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